terça-feira, 21 de outubro de 2014
Ensaio do cotidiano:
"E sorriu.
'Mais olheiras . Olheiras de escrita, de taquicardia, arritimia. Olheiras sinceras, que mostrem a as entranhas mais embaraçadas da alma'.
Demandava em elocubrações desconcertantes. Maria acreditava em alma, piamente, irremediavelmente, inconsequentemente. Tola Maria era, com seus cardarços azuis, aparelho nos dentes e as sardas. Sardinhas, pequeninas, pequeninas.
Afougou-se nas promesas vazias de um outro alguém. E gritou:
'É por isso que Ofélia e Ismália são iguais. As duas afogaram-se na confusão da cabeça delas. '
Transbordou. Fechou o "Senhora" em um gesto único, deixando para trás as dores e lembranças. O mundo é pouco para quem nada busca.
Ora, mundo muda, mudas mundo.
Cético, crente na transversalidade do ser, interrompeu certos dedos compridos, imaculados pela vida.
'Será que nos afogamos em nós ?'
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