quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Não chore menina(cronica sobre Paraty)

 Não chore, menina. O barco se afasta cada vez mais da costa, mas isso não significa nada. O vento bate no rosto, bagunça o cabelo, refresca a alma. Não chore.
Gosta ? Está bem, tire o cabelo do olho. Já não te disseram pra usar tiara? Não é um barco, é outra coisa... Fugiu-me da cabeça.
Olhe só... Dá para ver os peixes na água. Você gosta de peixes menina? Eu gosto... Já está com saudades? Assim ? Prolongadas? Não chore. Você sabe, que não acabou, vai acabar, mais ainda não. Em algumas horas, talvez. Mais não se preocupe... Pelo menos as pessoas vão estar aqui, com você.    
  Não é a mesma coisa, eu sei. Desculpe. Olhe... estamos chegando. A cidade vai ficando pra trás, estrada a noite é bonita não ? Os carros, as luzes. Parece melhor, a despedida, a aceitação. Tudo bem, tudo bem... Aperte o travesseiro, com força, até os dedos doerem, ou sorria, ou beba água, ou diga coisas desconexas, assim como eu. Não chore.
 Acha que consegue ? Voltar.  Eu acho que sim... As coisas vão, aceite. Está tudo bem.  Foi bom, você sabe, por isso que é difícil. Não chore.

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